sexta-feira, 8 de julho de 2016

A ARTE, O ARTISTA E O ARTEIRO

08 07 2016

 
E o que é a arte senão a proximidade com a perfeição? Você vê o sorriso da Monalisa e nota que Da Vinci foi um gênio ao concebê-la, um verdadeiro artista. De outra banda, vê o sorriso maroto da Dilma e nota que Lula foi um jumento ao fazê-la sucessora, um arteiro de marca maior.
Mas dizem que a política é a arte do relacionamento humano e eu tenho que discordar. Se isso que está acontecendo por aí é arte, então eu digo que tem muito arteiro merecendo ser emoldurado e rotulado como obra prima do cambalacho nesse lupanar coaxante.
Não seria bonito o companheiro poder vislumbrar o contexto e propor umas medidas certeiras para o bem da comunidade, da sociedade como um todo em suas teias de convívio, de subsistência e de progresso? Mas a velha história do “o que vai sobrar pra mim?” é mais conveniente no momento para o partido e para o legislador. A lenda de que todo mundo tem um preço é o limite da honestidade. A partir da fixação do valor, tudo vale. Isso, meus amigos, tem um nome bem conhecido: prostituição! Nada mais, nada menos, e até parece que nasce com o indivíduo, instinto puro, de sobrevivência, talvez.
Ninguém está preocupado em alertar o contribuinte desse emaranhado de intrigas e corrupção, até pelo fato de não se querer dividir o espólio do saque com muita gente. Educação zero! Não sobraria muito para cada um e o esforço da lida criminosa não seria bem recompensado.
É a filosofia da volúpia que penetra na carne do infeliz e o torna dela dependente. Um vício como o furto e o alcoolismo, uma fraqueza humana. Para esse tipo de gente poder-se-ia dizer que coçar e roubar é só começar. Os canalhas só veem o próprio umbigo, envoltos que estão pela fumaça da criminalidade. A arte da boa convivência humana? Não sabem o que é isso e nem querem saber.
Enquanto não se ensinar aos jovens conceitos fortes de ética e princípios básicos de relacionamento humano, não teremos bons cidadãos nos postos de comando do país. Uma lei ordinária que exigisse cursos práticos e teóricos para habilitação a qualquer candidatura a cargo político, poderia amenizar os problemas atuais com corrupção, moldando o candidato para agir com maior lisura possível na legislatura e na administração pública.
Como Juiz Eleitoral fui duramente criticado quando exigi prova de alfabetização para deferimento de pedido de inscrição de candidaturas de vereadores e prefeitos. Em segunda Instância ficou decidido que se alguns analfabetos podem votar, podem ser votados. Ora, um cidadão que “nasceu analfabeto” e assim continuou vida afora, nunca poderá apresentar um projeto de lei, a não ser através de cara assessoria, e se tiver alguma tendência ao ilícito, então, logo entrará para o clube da traquinagem nos meandros dos plenários.
Como os nossos congressistas jamais legislarão aceitando dificuldades eleitorais, se faz necessário uma proposta popular para mudar essa palhaçada de voto de analfabeto e de diplomação de safados sem compromissos com o povo e a democracia.
Um bom projeto poderia prever, não somente bons antecedentes dos candidatos, como já é prática legal, mas, ainda, uma prova de sanidade mental e moral, a exemplo do que é exigido dos candidatos a cargos como Juiz de Direito e Promotor de Justiça. É o mínimo que se pode fazer no momento para moralizar e capacitar legislativo e executivo. Um exame psicológico pode identificar tendências imorais do político, assim como identifica se o candidato a magistrado tem, ou não, o perfil moral necessário para o bom desempenho da função. Cursos práticos de elaboração de leis, darão maior autonomia e independência ao legislador.
É a única saída de emergência que vejo nesse incêndio de paixões.  
No mais, a longo prazo, a esperança está nas novas gerações que deverão ser educadas para tomar as rédeas da nação. Devagar, de um em um os ladinos estão indo se ver com Lúcifer e novos espaços irão se abrindo para espíritos mais evoluídos. Tenho esperança que mentes melhor iluminadas farão a diferença em breve e que o convívio humano se tornará realmente uma arte, próximo da perfeição, com menor número de bandidos possível.


Renato Mauricio Basso
Juiz aposentado

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